Técnica Individual - Artigo 25
Treinamento Tático Coletivo - Sistema Defensivo - Relação Bloqueio-Defesa
O Treinador constrói/elabora as Estratégias e Táticas, Ofensivas e Defensivas e o Desembaraço no Desempenho Transições entre os Sistemas; do Defensivo para o Ofensivo e do Ofensivo para o Defensivo. Adequadas às características dos seus jogadores. Partindo do pressuposto de que os mesmos possuem as capacidades técnicas requeridas para executá-las.
O Treinamento Tático Coletivo tem em vista consolidá-las. Na medida em que os jogadores se familiarizem, cada qual, com suas atribuições. Tendo em vista o desempenho mais eficiente possível.
Existem vários métodos para o alcance dos objetivos. Muitos podem ser criados. Difícil apontar o ideal. Uma fórmula infalível. Alguns elementos são extremamente importantes e devem ser considerados pelo Treinador.
- Adequação às capacidades técnicas dos seus jogadores.
- Continuidade, ou seja, a garantia de que terá início, será praticado sistematicamente e que provavelmente alcançará os objetivos propostos.
- Dividido em Etapas, cada qual com objetivos particularizados e duração definida.
Neste artigo e no próximo (art. 26) abordarei dois métodos bastante objetivos. Ambos foram utilizados, com sucesso, pela Seleção Brasileira de Vôlei de Praia, categorias Sub 19 e Sub 21, masculina e feminina, nos anos de 2013 e 2014.
1 – Da Técnica para a Composição das Estratégias e Táticas
O Treinador tem a atribuição de Elaborar as Estratégias e Táticas, ofensivas e defensivas, de acordo com as capacidades técnicas individuais de seus jogadores. O Método que será sugerido a seguir, tem como pressuposto:a aquisição da técnica tendo em vista execução das atribuições requeridas para o rendimento eficiente com as estratégias/táticas e, por conseguinte, o alcance do nível de competitividade mais elevado possível.
O Treinamento tem em vista a aprendizagem e o aperfeiçoamento da execução dos fundamentos da técnica, essenciais a cada jogador, com vistas ao cumprimento das Atribuições no Sistema Defensivo; Bloqueio e Defesa. A fim de, obviamente, que se obtenha eficiente rendimento no Sistema Defensivo.
Nas Sessões de Treinamento o Treinador ministra exercícios para a Aprendizagem/Aperfeiçoamento da Técnica relacionando-os ao desempenho de cada uma das Funções - Bloqueio-Defesa - que serão execidas pelos jogadores.
Essa Dinâmica do Treinamento estimula a compreensão, pelos jogadores, da finalidade e importância de se empenharem para a aquisição da capacidade técnica essencial para ser um bom jogador.
No quadro a seguir, menciono a finalidade da execução de cada Fundamento nas diferentes circuntâncias que ocorrem no decorrer de um jogo. Em cada qual, o jogador tem estar apto as executar o fundamento de diferentes maneiras.
Fundamentos a serem Aprendidos/Aperfeiçoados.
Toque.
Finalidade Circunstância 1 - Defesa de bolas acima da cintura: - rigorosamente à frente do corpo;
- ligeiramente à direita do corpo;
- ligeiramente à esquerda do corpo;2 – Defesa de bolas acima da cabeça: - rigorosamente sobre a cabeça;
- ligeiramente à direita;
- ligeiramente à esquerda.
Manchete.
Finalidade Circunstâncias 1 – Defesa de bolas atacadas na direção do corpo: - rigorosamente no corpo;
- ligeiramente à frente (1 m);
- acima da linha da cintura.2 – Defesa de bolas à direita/à esquerda do corpo: - sem deslocamento lateral, com manchete lateral;
- com deslocamento lateral (curto), de modo colocar o corpo de frente para a bola.3 – Defesa de bolas afastadas do Posicionamento de Defesa: - deslocamento e manchete com o corpo agachado ou com um dos joelhos no chão;
- deslocamento e mergulho;
- deslocamento e manchete de costas ou invertida.
Bloqueio.
Finalidade Circunstâncias 1 - Parado, com a bola próxima da rede, fechando a trajetória: - reta;
- para a paralela;
- à diagonal;2 - Parado, com a bola afastada da rede, fechando a trajetória: - reta;
- para a paralela;
- para a diagonal.3 - Parado e Saídas do Bloqueio: - com salto p/ pegar bolas “largadas” que passam no espaço ocupado p/ bloqueador;
- com salto e virada para pegar as bolas “largadas” atrás do bloqueio;
- fintando o salto e se deslocando no sentido do centro da quadra, manobra Reco (*).
(*) – denominação popular no vôlei de praia no Brasil.
O Método estabelece Parte volumosa para a Aprendizagem/Aperfeiçoamento dos Fundamentos da Técnica Individual. Outra Pate tem em vista utilizar a técnica para o desempenho das funções inerentes às Estratégias e Táticas dos Sistemas, ofensivo e defensivo, e desenvoltura na execução das Transições entre os Sistema; do ofensivo para o defensivo e do defensivo para o ofensivo. É possível, e deve ser tentado, fazer com que os atletas relacionem a execução da técnica com os requisitos para o desempenho das funções, de modo gradativo.
No quadro a seguir, apenas um exemplo. Uma Situação de Jogo: Bola Alta nas Extremidades da Rede. As Funções, tanto no Sistema Ofensivo quanto no Defesivo. E as definições a serem estabelecidas pelo Treinador. Tudo tendo em vista um rendimento mais eficiente possíel.
Itens do Sistema Ofensivo Funções Definições a serem Estabelecidas Bola Alta nas Extremidade da Rede Recepção - Zona de Levantamento - afastamento da bola em relação à rede - altura da trajetória da bola recepcionada - recepção de aproximação para o ataque Levantamento - altura da trajetória da bola (retilínea, mais alta) - distância em relação à rede (mais próxima, mais afastada) - extensão da trajetória (mais na extremidade, mais curta) - procedimentos em bolas levantadas de diferentes pontos da quadra - levandamento e aproximação para a cobertura do ataque Ataque - aproximação final para o ataque (ponto e momento) - comprimento das passada na aproximação para o ataque - coordenação final da aproximação e salto - qualidade do salto e movimentos do tronco e dos braços (correção e velocidade) - tipos de golpe - ponto do golpes Itens do Sistema Defensivo Saque - ponto da zona de saque - tipo do saque - alvo na quadra do adversário - tipo da trajetória - execução e saída para posicionamento na defesa e/ou no bloqueio Bloqueio - observação da aproximação do atacante adversário - ponto de referência para a marcação - trajetória a ser obstruída - qualidade do salto, equilíbri do corpo no ar e movimentação dos braçoes e mãos - tempo de bloqueio - saídas do bloqueio para executar levantamento Defesa - posicionamento na quadra - posionamento em relação ao bloqueio (mais à frente, mais ao fundo, mais à direita/esquerda - qualidade da intervenção - defesa e aprocimação para o ataque
Itens Relacionados às Transições entre os Sistemas e as Definições quanto ao Procedimentos dos dois Jogadores.
Do Ofensivo para o Defensivo Definições a serem Estabelecidas Procedimentos dos Jogadores Jogador Recepciona e Ataca:
- no caso de falha na recepção em que a bola passa para a quadra do adversário - deslocamento para os posicionamentos no bloqueio/defesa;
- bola defendida pelo adversário - deslocamento imediato para os posicionamento no bloqueio/defesa.
Jogador que Levanta:
- ataque em que a bola é defendida pelo adversário - deslocamento imediato para os posicionamento no bloqueio ou na defesa
Do Defensivo para o Ofensivo Jogador que Bloqueia - após o toque no bloqueio - levantar a bola próxima ao seu posicionamento ou afastar-se da rede a fim de ganhar espaço para realizar uma boa aproximação ao ataque, e executá-lo
- após defesa do companheiro - deslocamento veloz para executar o levantamento, executá-lo e deslocar-se para a cobertura do ataque Do Jogador que Defende - após o toque no bloqueio - deslocar-se para o ponto da aproximação para o ataque eu deslocar-se para o levantamento, executá-lo e deslocar-se para a cobertura do ataque - após a defesa - deslocar-se para o ponto que faz a aproximação final para o ataque e executá-lo
Vantagens
1 – Mais adequado a jogadores de base, ou seja, no início do processo de aprendizagem e, na continuidade, no de aperfeiçoamento. Os fundamentos da técnica são ministrados tendo em vista a correção absoluta da execução.
2 – No momento de construção das Estratégias e Táticas Defensivas, o Treinador deve avaliar, objetivamente, se seus atletas são capazes de executar o que é requerido para o desempenho de suas atribuições. E o que precisa ser trabalhado para capacitá-los.
3 – É possível fazer com que os atletas relacionem a execução da técnica com os requisitos para o desempenho das funções, de modo gradativo.
Desvantagens
1 – É processo mais lento. Incompatível para atletas com boa técnica individual. E em etapas pré-competitivas e/ou competitivas.
2 – É necessário grande número de sessões de treinamento, progressão pedagógica e continuidade a fim de se obtenha o resultado pretendido.
3 – Requer persistência e motivação, do treinador e dos atletas, na busca pelas execuções corretas dos fundamentos da técnica.
Conclusão
No início da apresentação desse método, relacionei os fundamentos da defesa e do bloqueio e as diferentes maneiras de execução, obviamente para que os atletas adequem cada qual à situação de jogo.
Como está mencionado, é processo lento, requer muitas sessões de treinamento e muita persistência para o alcance dos objetivos; a execução correta dos fundamentos da técnica.
Quando o trabalho como todo é bem realizado, os atletas chegam às competições – regionais, nacionais e internacionais – aptos a executarem as atribuições estabelecidas nas estratégias e táticas do time. O contrário, resulta em uma série de fatores que limitam o desempenho. O treinador orienta, o atleta quer realizar, mas não consegue executar por limitação técnica individual.
Muitas vezes o treinador instrui e cobra algo que o atleta não conseguir fazer. Não consegue porque não quer; porque não sabe, não aprendeu.
Continuação do assunto no art. 26 com outro método de Treinamento Tático-Coletivo: Das Estratégias e Táticas para a Técnica.
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